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Cientometria (inicial) da participação política...

Rafael Sampaio
November 06, 2020

Cientometria (inicial) da participação política no Brasil (2002-2018)

Trata-se de uma aproximação de um mapeamento do campo científico da participação no Brasil, extraído da web of science entre 2002 e 2018. Alguns gráficos e grafos gerados pelos softwares cientométricos vosviewer e biblioshiny são apresentados para se evidenciar possibilidades de pesquisa. A ideia e referências de revisão sistemática também são mencionadas.

Rafael Sampaio

November 06, 2020
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  1. A participação na ciência brasileira • Projeto de pós-doutorado na

    UFMG Mapeamento da produção científica de participação no país • Projeto de mestrado na UFPR (Tiago Borges) Comparação da literatura de participação política “off-line” com participação política online
  2. A participação nas instituições • Orçamentos Participativos (1989-2002) • Conselhos,

    conferências de políticas públicas e audiências públicas, Ops digitais (2002-2013) • Protestos, movimentos de direita, impeachment e instabilidade institucional (2013-2018) • Eleição de Bolsonaro (2018) e “fim” das políticas participativas
  3. • Em 11 de abril de 2019, decreto presidencial 9.759

    que extinguiu colegiados da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. • “O contexto abre oportunidades para uma saudável renovação da agenda de pesquisa na área” (p. 283). • Faria e Tatagiba (2018) • Desde as jornadas de junho de 2013, vivemos um contexto de protestos, crises políticas e questionamento do modelo participativo consagrado pela Constituição 88.
  4. • Boghossian, Minayo (2009) - RS da participação jovem em

    conselhos no Scielo e GS (1997-2007) - 8 livros, 18 artigos, 9 capítulos, e 36 resumos de artigos. • Paiva et al (2014) - revisão sistemática sobre Participação social nos conselhos gestores e conferências de saúde - Lilacs, Ibecs, Medline, Scielo, Paho, Psycinfo, Web of Science, Social Science e Ebsco (25 artigos)
  5. • Almeida, Cayres, Tatagiba (2015) - balanço dos estudos sobre

    os conselhos de políticas públicas (2000-2011) - 537 trabalhos: dissertações (70,0%), teses (16,0%) e artigos (14,0%), - Valmore, Souza (2016) • temas “movimentos sociais”, “instituições participativas” e “sociedade civil” nas revistas qualificadas de CP entre 2005 e 2014 (134 artigos)
  6. • Faria, Tatagiba (2018) Identificação dos temas dos 86 Papers

    apresentados no AT de Participação Política da ABCP (2012-2016) • Keinert, Oliveira (2018) participação social em saúde no brasil (“participação”; “conselhos”; “conferências”) de 1990 a 2014 na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), que totalizou 150 artigos. • Teixeira (2020) Revisão narrativa da trajetória do ideário participativo
  7. Conclusões preliminares • Quase todas RS existentes são da área

    de saúde; • As abordagens geralmente lidaram com a literatura até 2016; • Não houve abordagens cientométricas nem análise de redes.
  8. • Análise cientométrica Cientometria é a ciência da ciência. Geralmente,

    focada no estudo de aspectos quantitativos de campos científicos. Inclui a mensuração de impacto e qualidade das pesquisas, a compreensão de processos de citação, o mapeamento de campo científico e o uso de indicadores para políticas públicas de pesquisa (Mingers, Leydesdorff, 2015) • Revisão sistemática
  9. • Scielo (2002-2018) extraída via WoS • “instituição participativa” OR

    “instituições participativas” OR “orçamento participativo” OR “orçamentos participativos” OR minipúblico$ OR “inovação democrática” OR “inovações democráticas” OR (conselho$ AND “políticas públicas”) OR “interfaces sócio-estatais” OR “repertórios de interação” OR (“esfera pública” AND participação) OR (“espaço público” AND participação) OR (conferências AND “políticas públicas”) OR (protestos AND participação) OR (“movimentos sociais” AND direita) OR (movimentos sociais AND “políticas públicas”) • Refinado por: TIPOS DE DOCUMENTO: ( RESEARCH ARTICLE ) AND COLEÇÕES DA SCIELO: ( SCIELO BRAZIL ) AND PAÍSES/REGIÕES: ( BRAZIL OR BRASIL )
  10. • A produção por instituição por sua vez já parece

    seguir o padrão visto nas ciências sociais.
  11. • VOSViewer Software para mapeamento da produção científica (mapas baseados

    em VOS- visualization of similarities). As distâncias nos mapas refletem a força de relação entre os itens (Van Eck, Waltman, 2010) • Biblioshiny Bibliometrix é um pacote de R para mapeamento da produção científica, que busca compreender as estruturas conceitual, intelectual e social (Aria, Cuccurullo, 2017).
  12. • Cocitação • Os estudos de análise de cocitação, baseados

    na frequência com que dois autores ou documentos são citados de forma conjunta na produção científica de uma área, evidenciam como a estrutura de conhecimento de uma área é percebida pelos pesquisadores. • Tem como princípio o fato de que, quando dois documentos ou autores são citados juntos em um trabalho posterior, existe, na perspectiva do autor citante, uma proximidade de assunto entre os citados. • Assim, quanto maior a frequência de cocitação, mais próxima a relação entre esses autores citados (Gracio, Oliveira, 2013).
  13. Próximos passos • Refinar (especialmente na participação não institucional) e

    interpretação mais fina dos dados (especialmente longitudinalmente) • Expansão dos dados para DOAJ via Dimensions - A busca pelas mesmas palavras-chave retornou em 1235 artigos publicados em periódicos; - Sobreposições aos resultados da Scielo; - Metadados tendem a ter mais problemas e os softwares cientométricos podem não ler adequadamente.
  14. • Revisão sistemática e/ou análise de conteúdo dos artigos -

    Análise longitudinal e temporal (clusters de anos); - Temas e objetos (Faria, Tatagiba, 2018; Teixeira, 2020); - Técnicas de pesquisa; - Conceitos base (IP, democracia participativa, deliberação); - Conclusões e avaliações sobre fatores de sucesso e de fracasso, limites, problemas e avanços das IPs e da participação no Brasil.
  15. • ALMEIDA, C.; CAYRES, D. C.; TATAGIBA, L. Balanço dos

    estudos sobre os conselhos de políticas públicas na última década. Lua Nova, 94, p. 255-296, 2015. • Aria, M.; Cuccurullo, C. bibliometrix: An R-tool for comprehensive science mapping analysis, Journal of Informetrics, 11(4), pp 959-975, 2017. • BOGHOSSIAN, C.; MINAYO, M. Revisão sistemática sobre juventude e participação nos últimos 10 anos. Saúde e sociedade, v. 18, p. 411-423, 2009. • FARIA, C. F.; TATAGIBA, L. Participação social no Brasil: trajetória, crise e perspectivas. In: HOLANDA,C.; VEIGA, L.; AMARAL, O. (Org.). A Constituição de 88: trinta anos depois. Curitiba: Editora UFPR, 2018, p. 1-398. • GRÁCIO, M.; OLIVEIRA, E. Análise de cocitação de autores: um estudo teórico- metodológico dos indicadores de proximidade, aplicados ao GT7 da ANCIB. LIINC em Revista, p. 196-213, 2013. • HOROCHOVSKI, R.; CLEMENTE, A.; SAMPAIO, R.; MENDONÇA, R. Democracia deliberativa no Brasil: A expansão de um campo concentrado. Civitas, Rev. Ciênc. Soc., Porto Alegre , v. 19, n. 3, p. 583-604, dez. 2019 . Referências
  16. • MINGERS, J.; LEYDESDORFF, L. A review of theory and

    practice in scientometrics. European journal of operational research, v. 246, n. 1, p. 1-19, 2015. • PAIVA, F.; STRALEN, C.; COSTA, P. Participação social e saúde no Brasil: revisão sistemática sobre o tema. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, p. 487-498, 2014. • SAMPAIO, R. e-Orçamentos Participativos como iniciativas de e-solicitação: uma prospecção dos principais casos e reflexões sobre a e-Participação. Revista de Administração Pública, v. 50, n. 6, p. 937-958, 2016. • TEIXEIRA, A. TRAJETÓRIAS DO IDEÁRIO PARTICIPATIVO NO BRASIL. Caderno CRH, v. 33, 2020. • VALMORE, F.; SOUZA, N. Movimentos sociais, instituições participativas e sociedade civil em sete periódicos nacionais (Qualis A1, A2 e B1), 2005-2014. BIB, São Paulo, n. 82, p. 105-126, 2016. • VAN ECK, N.J.; WALTMAN, L. Software survey: VOSviewer, a computer program for bibliometric mapping. Scientometrics, 84(2), 523-538, 2010. • KEINERT, T.; OLIVEIRA, V. Participação social em saúde no Brasil: produção técnico-científica entre 1990-2014 e sugestão de agenda de pesquisa. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, v. 23, n. 75, 2018.
  17. Revisões sistemáticas de literatura • CONFORTO, Edivandro Carlos; AMARAL, Daniel

    Capaldo; SILVA, SL da. Roteiro para revisão bibliográfica sistemática: aplicação no desenvolvimento de produtos e gerenciamento de projetos. Trabalho apresentado, v. 8, 2011. • CORDEIRO, Alexander Magno et al. Revisão sistemática: uma revisão narrativa. Rev. Col. Bras. Cir, v.34, n. 6, p. 428-431, 2007. • COSTA, A. B.; ZOLTOWSKI, A. P. C. Como escrever um artigo de revisão sistemática. In: KOLLER, S. H., COUTO, M. C. P. P., HOHENDORFF, J. V. (orgs). Métodos de pesquisa: manual de produção científica. Porto Alegre: Penso, 2014, p. 53–67. • ECHER, Isabel. A revisão de literatura na construção do trabalho científico. Revista gaúcha de enfermagem, v. 22, n. 2, p. 5-20, 2001 . • FERENHOF, Helio Aisenberg; FERNANDES, Roberto Fabiano. Desmistificando a revisão de literatura como base para redação científica: método SSF. Revista ACB, v. 21, n. 3, p. 550-563, 2016.
  18. Softwares cientométricos • Biblioshiny (tutorial) • Video tutorial (original-inglês) •

    Video tutorial rápido (português) • VOSviewer (tutorial) • Vídeo tutorial (original-inglês) • Vídeo tutorial rápido (português) • MORAL-MUÑOZ, J.; HERRERA-VIEDMA, E.; SANTISTEBAN-ESPEJO, A.; Cobo, M. “Software tools for conducting bibliometric analysis in science: An up-to-date review”. El profesional de la información, v. 29, n. 1, e290103, 2020. • MOREIRA, P.; GUIMARÃES, A.; TSUNODA, D. Qual ferramenta bibliométrica escolher? Um estudo comparativo entre softwares. P2P E INOVAÇÃO, v. 6, n. 2, p. 140-158, 2020.
  19. Revisões de literatura/cientometrias: FREITAS, C. S. ; SAMPAIO, R. C.

    ; MACHADO, H. ; SAMPAIO, R. ; BORGES, T. P. F. S. ; ALISON, M. B. ; MARIOTO, D. J. F. Análise da rede de produção de conhecimento sobre a iniciativa E-Democracia. E-legis, v. 13, p. 182-203, 2020 PINHO, J. A. G. ; SAMPAIO, R. C. ; WINKLER, I. ; MORAIS, K. Democracia digital na área de administração: um levantamento da construção do campo no Brasil. Cadernos De Gestão Pública, v. 24, p. 1-31, 2019. HOROCHOVSKI, R. ; CLEMENTE, A. J. ; SAMPAIO, R. C. ; MENDONCA, R. F. Democracia deliberativa no Brasil: a expansão de um campo concentrado. Civitas, v. 19, p. 583-604, 2019. SAMPAIO, R. C.; MITOZO, I. ; MASSUCHIN, M. G. ; FONTES, G. S. ; PENTEADO, C. L. C. Ciberpolítica, ciberativismo e cibercultura: uma análise dos papers apresentados no grupo de trabalho da Anpocs. REVISTA BIB, p. 126-147, 2018. SAMPAIO, , R. C.; BRAGATTO, R. C. ; NICOLÁS, M. A. A construção do campo de internet e política: análise dos artigos brasileiros apresentados entre 2000 e 2014. Revista Brasileira de Ciência Política, v. 4, p. 285-320, 2016. Rafael Cardoso Sampaio Professor do Departamento de Ciência Política da UFPR Co-líder do Laboratório de Análise do Campo Científico (LaCC) Pesquisador de Comunicação Política e Democracia Digital Lattes / Google Scholar Email / Twitter Com colaboração de Tiago Philippini Ferreira Borges da Silva Lattes / Email